sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Quebrando um TABU Enorme o (CHARAS) fala Sobre a Maconha na gravidez.

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Um estudo feito na Jamaica indica que a Ganja não representa necessariamente um risco à saúde da gestante ou do feto.
Este é um grande tabu até mesmo entre os maconheiros. A falta de informação disponível costuma gerar bastante controvérsia e dúvidas quando o assunto é maconha durante a gravidez. Tanto em nossos canais CHARAS quanto em nossas páginas Revolução Verde e Maconha Cura Câncer, costumamos receber várias mensagens de mulheres com esta mesma dúvida: grávida pode fumar maconha? Por conta disso, nossa equipe fez uma pequena pesquisa e tentaremos responder a essa questão.
Uma vez que a exposição à substâncias tóxicas como álcool e tabaco representam riscos a saúde do feto, a lógica nos faz pressupor que a maconha também deve causar os mesmos danos. No entanto grande parte da ciência que envolve essa questão aponta para o oposto, apesar de ainda não existir nenhum resultado definitivo.
No mundo inteiro e ao longo da história humana, é fato que mulheres consomem maconha antes, durante e depois a gestação. Porém quando o fazem durante a gravidez, este se torna um pequeno segredo, escondido às vezes até mesmo de seus companheiros por medo de ser recriminada. Também se torna muito difícil de encontrar resultados, pois é praticamente impossível de pesquisadores conseguirem fazer testes que possam expor as mulheres grávidas (e seus futuros bebês) à qualquer tipo de risco. Além disso, as mães temem revelar informações sobre o uso na gravidez com medo de sofrer consequências legais, podendo as vezes até perder a guarda do filho.
De qualquer forma, é comum, especialmente durante o primeiro trimestre angustiante, que mulheres se voltem para a maconha buscando alívio de náuseas e stress. Na Jamaica, esta é uma prática não só muito difundida, como cultural.
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Melanie Dreher, cientista responsável pela pesquisa feita na Jamaica com mulheres grávidas.
E é de lá que vem o estudo da Dra. Dreher sobre consumo de maconha na gravidez. Na década de 1960, a então estudante Melanie Dreher foi escolhida por seus professores para realizar um estudo etnográfico sobre o uso da maconha na Jamaica, no qual deveria observar e documentar a utilização e consequências entre as mulheres grávidas, descobriu resultados bastante intrigantes. Esta pesquisa foi publicada na American Academy of Pediatrics, em 1994.
Durante a pesquisa, Dreher estudou 24 recém-nascidos jamaicanos expostos a maconha desde o pré-natal e 20 crianças que não foram expostas. Esse trabalho evoluiu para o livro Mulheres e Cannabis: Medicina, Ciência e Sociologia, que contém estes estudos de campo.
A maioria dos estudos norte-americanos têm mostrado que o uso de maconha pode causar defeitos congênitos e problemas de desenvolvimento. Apesar de serem muitos, estes estudos não consideram apenas o uso da maconha, levam em conta gestantes que usam também outras drogas como álcool e tabaco, metanfetamina e até mesmo heroína. Situação diferente da que Dreher encontrou na Jamaica, onde existe uma cultura que policia sua própria ingestão de ganja e considera isso como um rito espiritual.
Para medir os impactos da erva durante a gravidez, a pesquisadora utilizou  a Escala de Brazelton, uma avaliação do comportamento neonatal altamente reconhecido. O objetivo é identificar os pontos fortes do bebê, respostas de adaptação e possíveis vulnerabilidades.
Os pesquisadores não constataram nenhuma das complicações esperadas, como má formações e baixo peso. Pelo contrário, todas se mostraram muito saudáveis e até se saíram melhor que as que não foram expostas à maconha em alguns aspectos. Os bebês cujas mães haviam consumido maconha durante a gravidez se socializavam e faziam contato com os olhos mais rapidamente, além de se interessarem mais facilmente pelas coisas.  Acompanharam as crianças até os 5 anos de idade que continuaram excelentes.
Muitos não gostaram desse resultado, particularmente os financiadores do Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas.  Eles pararam de financiar a pesquisa e dificultaram muito para que os resultados fossem divulgados. “Ficou muito claro que o INAD não estava interessado em continuar a financiar uma pesquisa que não produzia resultados negativos referentes à maconha”, afirma Dreher. E continua, “Me disseram para que parasse com a pesquisa. Nós perdemos a oportunidade de acompanhar as crianças durante a adolescência e a idade adulta”.

Hoje, reitora na Rush University de Chicago, formada em enfermagem, antropologia e filosofia, além de um Ph.D. em antropologia pela Universidade de Columbia, Dreher se tornou uma defensora da maconha. Ela diz que apesar de tudo, entende os médicos que se omitem quando o assunto é maconha, por medo de prejudicar suas carreiras profissionais – ainda que já existam inúmeros benefícios terapêuticos comprovados. Para a Dra. Dreher, Raphael Mechoulam (o primeiro a isolar o THC) deveria ganhar um Pulitzer, pela importância e significância da obra.
Uma das razões para os resultados positivos na Jamaica, pode ser a questão cultural. Na Jamaica, as mulheres tem um conhecimento muito maior sobre a maconha e seus usos terapêuticos, o que lhes é ensinado ao longo das gerações. É bastante comum que mulheres gestantes façam o uso regular da ganja na forma de chás, bolos, leite e tônicos,  para evitar os sintomas típicos. Elas também fumam habitualmente ao longo de toda a gravidez para conter náuseas e vômitos, evitar o stress, aumentar o apetite e até combater a depressão, deixando-as mais descansadas e relaxadas.
Pelos poucos dados existentes sobre esse tipo de uso, devemos balancear o que já sabemos com bom senso. Por exemplo, é fato que fumaça não faz bem à saúde. Seja para gravidas, crianças, adultos e animais… inalar fumaça causa diversos problemas de saúde. Quanto mais tóxica a fumaça pior. Mesmo a fumaça da maconha, que além das substâncias tóxicas contém inúmeros agentes terapêuticos, não pode ser considerada uma forma saudável de consumir ganja.
Porém, outra coisa que sabemos é que nosso corpo produz nossa própria “maconha interna”, de forma que é seguro afirmar que se administrada da maneira correta e moderada, a maconha pode ser uma grande aliada para a saúde do homem. Diversos canabinoides como o THC, CBD, CBG, THCV, entre outros, são muito benéficos para tratar as inúmeras doenças (inclusive o câncer) e não oferecem riscos se administrados corretamente.
Sabemos também que não é só fumando que podemos aproveitar as vantagens da maconha. Dessa forma, some todos estes fatores ao bom senso e entenderá que a maconha não é inimiga das grávidas, muito menos dos bebês. Se resolver consumir maconha durante a gravidez (e vale lembrar que não estamos aconselhando que isto seja feito), adote uma política de redução de danos. Consuma flores cultivadas em casa, por um jardineiro de confiança e evite o fumo prensado. Além disso, tente evitar de apertar um baseado: use um vaporizador ou coma. E também é bom não exagerar na dose, consuma na medida do necessário- afinal, gravidez não é brincadeira.
Esperamos minimamente ter ajudado no sentido de melhorar o uso e evitar o abuso da maconha durante a gravidez. Se usada com moderação, muito provavelmente a maconha não oferecerá riscos à saúde da mãe nem do bebê. Mas se for decidido usar maconha, conversar com um médico antes é essencial.
O que podemos concluir é que os pesquisadores estão apenas começando a entender a maconha e seus efeitos na reprodução. De qualquer forma, continua cabendo a mamãe maconheira decidir se e comousar a ganja. Esperamos que novos estudos – focados na maconha e sem a parcialidade dos governos ou indústria farmacêutica – lancem luz sobre as implicações do uso na saúde das mães e seus bebês, para que possamos colocar de vez um ponto final nessa questão.

Fonte: Projeto CHARAS

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